Um médico foi condenado a pagar R$ 300 mil em indenização por cometer crime de racismo após filmar um caseiro negro acorrentado na Fazenda Jatobá, em Goiás. O caso ocorreu em fevereiro de 2022 e ganhou repercussão nacional e internacional.
No vídeo, o médico Márcio Antônio Souza Júnior aparece colocando correntes nos pés, mãos e pescoço do caseiro, que recebia um salário mínimo para fazer serviço pesado. Ele também diz: "Falei para estudar, mas não quer. Então vai ficar na minha senzala".
A juíza Erika Barbosa Gomes Cavalcante, da Vara Criminal da comarca de Goiás, considerou que o médico cometeu racismo recreativo, que é a prática de atos racistas com o objetivo de divertir ou entreter. Ela também afirmou que a conduta do médico feriu a dignidade da comunidade negra.
O valor da indenização será dividido entre a Associação Quilombo Alto Santana e a Associação Mulheres Coralinas.
O caso reforça a importância de combater o racismo no Brasil. A escravidão foi abolida há mais de 130 anos, mas ainda há resquícios dessa prática na sociedade brasileira. É preciso conscientizar as pessoas sobre a importância do respeito à diversidade e à igualdade racial.